O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) foi autorizado pelo governo brasileiro a emitir papéis, em reais, no mercado financeiro para financiar os projetos de infraestrutura do pacote que será lançado. A divulgação foi feita pelo presidente da instituição, Luis Alberto Moreno, após o encontro, na tarde desta segunda-feira, com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
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A emissão seria destinada ao setor privado. Ou seja, para emprestar para os empresários brasileiros que vencerem os leilões, o BID pode emitir no mercado nacional e emprestar, em reais, para os consórcios. Isso tira o risco cambial da operação para quem pega o financiamento.
Esse tipo de empréstimo ainda vai ao encontro do que prega o ministro Levy: a diminuição de dinheiro subsidiado para o setor produtivo, que tira o poder de fogo do Banco Central na hora de combater a inflação. Nesse tipo de operação de mercado, as taxas pagas ficam um pouco acima das cobradas em títulos públicos.
"Agora, o governo brasileiro nos autorizou a emitir", informou Moreno sem dar detalhes.
Na saída do encontro com Levy, ele manteve o mistério em relação ao volume desses empréstimos, por exemplo. Disse apenas que o instrumento de captação é um papel “como um título público”. Questionado sobre o custo do empréstimo e a influência do momento econômico atual do Brasil nas taxas de captação dos recursos, Moreno foi sucinto:
"O BID é triplo A", falou em referência ao rating dado pelas as agências de classificação de risco que ameaçavam a rebaixar a nota do Brasil por causa da crise de confiança.
Ele ainda comentou o momento de ajuste que passa o Brasil. Disse que o momento é de retração, mas há confiança num futuro melhor.
"Eu acredito que o governo está encaminhado as medidas que tem de fazer. É verdade que estamos em um ciclo de baixa no Brasil, mas toda a América Latina está num ciclo de baixa. A gente vê futuro muito bom".