Aprendizado

Educação Infantil não é brincadeira de criança

Fabíola Blah
Fabíola Blah
Publicado em 29/07/2019 às 7:00
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Na Educação Infantil, o GGE trabalha com as abordagens tradicional, sócio-construtivista e construtivista / Foto: Divulgação

Na Educação Infantil, o GGE trabalha com as abordagens tradicional, sócio-construtivista e construtivista Foto: Divulgação

Elas mal aprendem a andar e já estão na escola; mal aprendem a falar e já estão no processo de letramento. A vida escolar das crianças começa cada vez mais cedo e é comum que se pense que a escola, nesta época, sirva apenas para brincar. No entanto, é importante que pais e responsáveis saibam que essa é uma das fases mais propícias ao aprendizado e estejam por dentro do trabalho realizado durante os cinco anos da Educação Infantil. Por lei, essa etapa deve contemplar os eixos de Linguagem, Matemática, Artes, Natureza e Sociedade e Movimento. Isso além do que a proposta pedagógica de cada escola incluir.

No Colégio GGE, o ensino na Educação Infantil é baseado em três principais abordagens pedagógicas: a tradicional, a sócio-construtivista e a construtivista. São o norte da metodologia. Os conteúdos são trabalhados em espiral e vão aparecendo e reaparecendo, ano a ano, com várias formas de abordagem. “Trabalhamos, por exemplo, as cores: as primárias no Infantil 1, depois entram as secundárias, terciárias, e, mais à frente, a mistura das cores. Entre os conteúdos não existem grandes diferenças, mas as formas de abordagem é que vão ser importantes para o desenvolvimento infantil. Mas mais importante que o conteúdo é a convivência, a aceitação de regras, o trabalho psicomotor, a experiência com texturas diversas”, explica a diretora pedagógica da Educação Infantil e do Ensino Fundamental 1 do GGE, Anabelle Veloso.

Olhando o viés pedagógico, estritamente, toda a Educação Infantil tem convergência no processo de alfabetização. Desde o momento que a criança chega, diversas atividades serão direcionadas para essa conquista, que vai culminar no 1° ano do Ensino Fundamental (antiga Alfabetização). É preciso trabalhar a psicomotricidade ampla, é preciso que as crianças corram, que aprendam a se equilibrar, e isso é ligado à motricidade fina que virá depois e está relacionada à escrita.

A abordagem da Linguagem é muito trabalhada nos primeiros anos escolares com contação de histórias e outras ferramentas que estimulam a oralidade. Segundo a coordenadora pedagógica da Educação Infantil do GGE, Amanda Rangel, uma das atividades usa uma “caixa surpresa” para construir narrativas: cada elemento retirado é incluído na história. “Dessa forma, vai sendo desenvolvida a oralidade das crianças, com aumento do vocabulário”, comenta.

O processo começa pela motricidade ampla e vai sendo refinada até chegar à fina: o amassar papéis, picotar, rasgar, perfurar, se feitos de forma correta nos primeiros anos, vão resultar numa escrita bem feita lá na frente, da letra bastão (de forma, mais fácil, de traços retos) até chegar à cursiva. A atividade que começa com lápis de cera (mais resistentes, ideal para crianças que ainda não têm a motricidade tão desenvolvida) e papel A3 é conduzida e a maturidade leva ao lápis de cor e ao papel A4, quando a criança já consegue se expressar em espaços menores.

Nesta fase, é também iniciada a alfabetização matemática, mas o principal é a capacidade de ler e escrever - os outros virão como acessórios, partes do dia a dia, de situações práticas da criança. Para isso, as cores são grandes aliadas. “Por isso que se vê muitas atividades de pintura, mas elas têm um objetivo”, diz Amanda. Uma forma de trabalhar é distribuir apenas brinquedos vermelhos e associar a cor ao objeto. “Desta forma, temos algo concreto antes de passarmos para o caderno, para o abstrato. Isso na Educação Infantil é muito presente: a criança entende primeiro o concreto - precisa pegar, sentir - para depois ir para o abstrato”, explica. Nesse sentido, são trabalhadas as noções de medidas e de quantidade, por exemplo.

Outros caminhos

Anabelle Veloso explica que dentre os componentes obrigatórios, as escolas podem trabalhar outros, mantendo-se relacionadas ao eixo. “No GGE, trabalhamos a Natação, por exemplo, que está relacionada ao Movimento, trabalha o corpo. Usamos a piscina porque criança adora água e porque os estímulos motores são naturalmente feitos dentro d’água, além do viés da segurança”, detalha.

Crianças entendem primeiro o concreto; depois, passam para o abstrato

Crianças entendem primeiro o concreto; depois, passam para o abstratoFoto: Divulgação

Já a Educação Nutricional, outra disciplina agregada à grade curricular da escola, começou por uma demanda natural. “Tínhamos um acompanhamento dos lanches das crianças e percebíamos que muitos não tinham a qualidade nutricional necessária. Foi quando a escola passou a oferecer o lanche saudável e percebemos que apenas aquele momento não era suficiente, que era preciso formar as crianças”, diz Anabelle. O processo, então, é trabalhar em sala de aula o que vai ser servido no lanche: se o cardápio terá macaxeira, a nutricionista vai ensinar, na aula, de onde vem a raiz, do costume indígena de consumi-la, do histórico daquele alimento.

O estudo da língua estrangeira também está inserido no currículo desde cedo e é estratégico: este é o melhor momento de começar, pela facilidade de aprender e pelo desenvolvimento da pronúncia perfeita. No GGE, os pais podem optar pelo Programa Bilíngue (leia mais aqui), oferecido pela escola em parceria com a Cultura Inglesa, onde o ensino do Inglês é feito através da vivência de outros assuntos, como história, geografia e artes, por exemplo. Existe ainda a opção do aluno fazer no colégio as aulas do curso de inglês da Cultura Inglesa no turno da tarde. 

É importante ressaltar que nenhum profissional que trabalhe com crianças conseguirá fazê-las aprender se não houver o vínculo afetivo, que é o fio condutor desse processo. É a partir do vínculo que os alunos vão obedecer, seguir, aprender, se lançar para o novo. E, a partir do próximo ano, as relações de afetividade passarão a integrar a grade curricular do GGE. Segundo Anabelle, será o início de um processo para a autorregulação desses sentimentos. “Vamos trabalhar a habilidade sócio emocional, a Alfabetização Emocional. Auxiliar as crianças a reconhecerem os sentimentos, ensinar a reconhecê-los em si próprias. Sentir medo, alegria, tudo isso faz parte do processo de convivência”.

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